A captura indiscriminada de baleias com fins comerciais teve início no século XII, na área do Golfo de Biscaia, no Atlântico Norte, próximo às costas espanhola e francesa. Nos fins do século XIX, ainda com a utilização de arpões de mão, frotas comerciais de nações do hemisfério norte, como os Estados Unidos, Japão, Noruega, Inglaterra, Rússia, entre outras, já devastavam as populações de baleias que viviam nos oceanos do hemisfério sul.
A exploração irracional se agravou ainda mais a partir de 1920, quando a atividade baleeira adquiriu características industriais inventou-se um arpão com granada explosiva na extremidade que, ao ser lançado de um canhão, permitia atingir e matar com precisão uma baleia, qualquer que fosse seu tamanho.
Ao mesmo tempo, a caça passou a contar com o navio-fábrica, gigantesca embarcação a bordo da qual uma baleia inteira era convertida em barris de óleo, toneladas de carne e outros produtos, em menos de duas horas.
Em 1931, somente na estação de caça, 30.000 baleias-azuis foram mortas. Espécies, como a baleia-franca-do-norte, quase foram extintas devido à rapidez com que estavam sendo mortas.
As baleias eram, então, caçadas em todos os oceanos do planeta, até mesmo na bela costa brasileira. Nossas águas foram palco dessa atividade devastadora desde o século XVII. A caça artesanal estendeu-se do litoral sul da Bahia até a Paraíba.
O período industrial ocorreu depois da criação da COPESBRA, em 1910, uma empresa nipo-brasileira que detinha o monopólio da atividade. Sediada em Cabedelo, na Paraíba, a empresa operou em águas brasileiras até 1986, quando o presidente José Sarney sancionou a lei que proíbe a caça da baleia no litoral do Brasil. Durante os seus 75 anos de atuação, a COPESBRA abateu cerca de 22.000 animais de todas as espécies, segundo os registros deixados pela empresa.
Devido ao forte declínio das populações de baleias, a indústria sentiu-se forçada a regulamentar a caça ao redor do mundo, criando, em 1946, a Comissão Baleeira Internacional (CBI).
Com o único objetivo de conservar as populações de baleias para que pudessem ser devidamente exploradas, a CBI criou um "efeito dominó": à medida que uma espécie rareava, partia-se para a caça de outra, até que todas foram sendo rapidamente dizimadas. As baleias-fin, por exemplo, que eram cerca de 100.000 indivíduos, hoje não chegam a 2.000 no Oceano Antártico. Antes estimadas em 250.000 indivíduos, as baleias azuis não passam de 400 na mesma região. São tão poucas que podem realmente desaparecer do planeta!
Mais de 2 milhões de baleias foram mortas neste século. Estima-se que cerca de 50 a 60.000 baleias foram mortas por ano durante o período da caça comercial mundial, que atingiu seu pico em 1961, quando a indústria baleeira conseguiu o triste recorde de 70.000 animais mortos.
Na tentativa de conter o ritmo alucinado com que as espécies estavam sendo caçadas, a CBI declarou, em 1986, a moratória da caça por tempo indeterminado. Ainda assim, desde que a moratória foi declarada, quase 14.000 baleias já foram mortas, sendo que destas, 7.000 foram abatidas somente pelo Japão!
O Japão se utiliza do argumento da "caça científica" que alega reunir dados sobre o tamanho e a estrutura das populações de baleias. Entretanto, tais informações poderiam ser coletadas por pesquisas que não envolvessem a morte de animais. A "caça científica" é uma falsa justificativa para os baleeiros continuarem caçando comercialmente, apesar da proibição.
A Noruega contesta abertamente a moratória e caça comercialmente cerca de 500 baleias-minke por ano, com a expectativa de aumentar sua quota anual para até 2.000 animais. A Islândia, por sua vez, retirou-se da CBI em junho de 1992. Os dois países justificam a caça como sendo parte de suas tradições costeiras.
Seus governos argumentam, também, que realizam uma caça sustentável e que a carne de baleia é uma fonte de proteína ambientalmente correta.
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